Não são poucas as pessoas que têm o ideal de fazer a diferença; de transformar o que está errado; de corrigir as injustiças e de ver as próximas gerações crescerem com mais qualidade de vida e menos problemas sociais. E aí você deve estar questionando: o que há de errado com esse propósito? A essa pergunta eu prontamente respondo: absolutamente nada! Não há nada de errado com aqueles que querem transformar a realidade e contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas.
A questão que eu quero aqui levantar é: será que o frutífero, mesmo, seria tentar mudar o mundo? O mundo é tããão, tão grande! Tem taaanta, tanta gente! Envolve tantas culturas, tantos conflitos, tanta diversidade, tantas religiões e modos de viver... Que é praticamente impossível adotar uma ação que seja capaz de transformá-lo em grande escala. Assim, o conselho que ouso dar com o post de hoje é: não tente mudar o mundo. Mas esse conselho não vem isolado. Ele pode ser complementado pela seguinte sugestão: faça tudo o que puder para mudar o seu entorno; para fazer a diferença em tudo aquilo que está ao seu redor!
Acredito que cada um de nós tem um potencial transformador muito grande. O homem, como um ser social, tende a se espelhar na sociedade em que vive; a seguir certos padrões de conduta; a enxergar o outro como exemplo de hábitos e modos de viver. Sob essa perspectiva, as pessoas autênticas e transformadoras desempenham um papel de grande relevo: são capazes de servir de exemplo e impulso para que outras pessoas também ajam com autenticidade para a transformação da realidade à sua volta. É o tal do “efeito dominó”. Daí a grande importância do comportamento dos pais na educação de seus filhos: os filhos tendem a repetir, a “copiar” os modos de agir de seus progenitores/criadores/educadores.
Pode ser que você tenha concordado com meu parágrafo anterior e, mesmo assim, ainda esteja se perguntando: mas qual é o problema de querer mudar o mundo? Bom, o “porém” que eu encontro nesse desejo (ou objetivo) é o seguinte: dadas aquelas características que eu mencionei logo ali acima (vastidão do mundo, ampla diversidade cultural, diferenças de comportamentos e perspectivas), a transformação social em larga escala torna-se uma tarefa árdua, difícil e com poucas chances de efetividade. Resultado? Provavelmente todos (ou quase todos) que tentarem mudar o mundo vão se frustrar com os parcos efeitos conseguidos, e quase nada (ou muito pouco) será efetivamente transformado. Pessoas frustradas tendem a desistir de suas metas, e a consequência dessa frustração, portanto, é nefasta: comodismo, apatia – e nenhuma mudança.
Por outro lado, se cada um tentar mudar sua casa, seu bairro e seu trabalho, os resultados serão efetivos e – aí, sim! – o mundo todo realmente será transformado, em um verdadeiro efeito cascata. Quer um mundo formado por pessoas mais sensíveis ao próximo? Que tal começar desejando “bom dia” e dando atenção àqueles que moram e trabalham com você? Quer menos corrupção na política? Comece dando o exemplo em casa e no trabalho, sem querer tirar proveito, em detrimento da coletividade, de toda e qualquer situação. Quer um planeta mais sustentável? Se você continuar jogando lixo na rua, ignorando as alternativas de reciclagem e desperdiçando água, esse desejo vai ser uma realidade cada vez mais distante!
Observe que o primeiro passo para a concretização de todas essas sugestões que eu mencionei é a conscientização de que se vive em sociedade. É sair um pouco do egocentrismo e lembrar que estamos todos no mesmo barco, temos os mesmos direitos e devemos, juntos, participar da construção das melhorias que tanto almejamos! Não pense na sua pequenez diante da vastidão do mundo: pense na grandeza que você e suas atitudes têm diante das pessoas que vivem com – ou perto de – você. No final das contas, são elas que importam. E o mundo todo agradece! :)