Se, por um lado, isso é bom (pois me torna uma pessoa mais organizada e precavida), também é verdade que ter uma personalidade controladora traz consequências muito ruins para o meu dia a dia. A primeira delas é a ansiedade – porque, ao me impor a tarefa de controlar tudo, eu acabo atribuindo a mim uma grande responsabilidade, muito maior do que um ser humano dá conta de assumir (pois, no final das contas, absolutamente nada está sob nosso controle). A segunda delas é um sentimento de tensão ou de frustração quando algo não sai conforme o planejado. Esses efeitos são péssimos, porque a ansiedade, a tensão e a preocupação acabam sendo somatizadas e atingindo meu organismo de alguma forma. Como se vê, não é baixo o preço que eu pago por isso.
Por causa disso, uma das minhas principais metas para o ano de 2017 é justamente perder o controle. Passei a olhar essa expressão – que carrega um tom mega pejorativo, sendo frequentemente associada à ideia de negligência e desleixo – como algo não só positivo, mas também como uma conduta essencial para que eu seja uma pessoa mais relaxada e tranquila. Sem deixar de ser organizada e planejada, quero perder o controle sobre as coisas que acontecem na minha vida. Não quero me impor a responsabilidade de manter tudo sob o meu domínio, pois definitivamente esta não é uma tarefa que me cabe. Se, na oração do Pai Nosso, eu peço a Deus: "seja feita a Vossa vontade", tenho que ser coerente e adotar uma atitude de total entrega, sem querer que a vida transcorra do meu jeito.
"Perder o controle" significa trazer leveza e relaxamento à minha rotina, pois pressupõe abir mão de pesos, medos e preocupações. "Perder o controle" implica não me cobrar – nem me frustrar – caso as coisas se desenrolem de modo diferente do idealizado. "Perder o controle" importa em deixar aos cuidados de Deus cada área da minha vida, numa atitude de confiança e serenidade.
E você? Já pensou como pode ser bom perder o controle?