Primeiro devo comentar que ainda estou meio confusa em termos de horários. Acho que são três os fatores principais: primeiro a diferença de fuso em relação ao Brasil, que fez com que desde o começo as horas ficassem meio loucas; segundo o fato de que aqui, nessa época do ano, há muita luz e os dias anoitecem bem mais tarde (a ponto de se considerar que 20h são 20h “da tarde”); e terceiro as nossas longas andanças pela cidade, que fazem com que fiquemos realmente cansadas e durmamos até um pouco mais tarde.
Bom, de manhã (ou de tarde, já devia ser meio-dia), fomos andando sem rumo, até que chegamos ao bairro de Triana, que fica do outro lado do Guadalquivir. Para quem não sabe, a cidade de Sevilha é “cortada” pelo Rio Guadalquivir, e essa foi a primeira vez que passamos para o outro lado. Fomos ao mercado de Triana, que é um mercado de frutas, peixes, legumes, essas coisas. Apesar da importância que tem para a cidade, não é um mercado muito grande.
Após o almoço, estávamos voltando para casa quando recebi a ligação do Toninho, o brasileiro gente boa sobre o qual falei aí em cima. Vejam só: ele foi professor da mamãe na faculdade, e se tornaram amigos; ela inclusive encaminhava alguns pacientes para ele. Além disso, ele é colega de trabalho da Míriam, mãe da Izabella. E veio aqui pra Sevilha fazer um curso de espanhol. Legal a coincidência, né? A vida tem umas coisas assim. Apesar de não conhecê-lo pessoalmente, logo que eu soube que ele estaria aqui durante uma semana eu fiz questão de entrar em contato com ele por e-mail, porque saberia que nossos pais gostariam de termos a companhia de um amigo deles, e também pelo fato de que para nós é muito legal ter mais uma companhia. Então, havia trocado alguns e-mails com ele. Muito simpático. Bom, voltando à ligação: ele me ligou – havia chegado a Sevilha – e marcou de ir à nossa casa dentro de uma hora. Assim foi. Ele conheceu nosso humilde “piso” (e achou que nós estamos muito bem instaladas, por sinal). Trouxe um chocolate delicioso para nós duas, e batemos um bom papo (eu, Izabella e ele). Depois fomos com ele até a casa em que está instalado. Ele veio para cá para estudar espanhol (na verdade o estudo é só um pretexto para a viagem, mas, de qualquer forma, são admiráveis as pessoas que mantêm o espírito jovem e querem sempre aprender algo novo), e vai ficar numa casa de família. A mulher que está o abrigando aqui (a Maribel) nos recebeu na casa dela, e foi super solícita e simpática com a gente. É uma sevilhana muito arraigada; nos falou bastante acerca de sua cultura (da qual tem muuuito orgulho, aliás) e de seu modo de viver. Conversamos um bocado (foi ótimo para treinar o espanhol – principalmente a escuta, porque ela contou vários casos), e por fim ela disse à Izabella e a mim que nela temos uma amiga – e até nos passou seu telefone, para qualquer coisa que precisarmos.
Depois de conhecermos um pouco do “piso” do Toninho, nós três andamos mais um bocado pelas ruelas da cidade (sempre consultando o mapinha, é claro, porque aqui é muito fácil se perder – mas também é muito fácil se encontrar, porque o centro da cidade não é muito grande, e de repente você cai num lugar central que você já conhecia. Aliás, devo dizer que tenho achado Sevilha “um ovo”; a cidade é menor do que eu pensava – mas ressalvo que talvez não seja e eu ainda tenha que conhecer muita coisa), e ele nos convidou para jantarmos num restaurante típico da cidade – esses de estilo histórico e com mesas na calçada. Foi super agradável; o Toninho é uma ótima companhia (adoro pessoas que nunca perdem o espírito jovem!). Programamos mais passeios por Sevilha, e acho que será muito legal! Mais uma vez, sinto que Deus tem cuidado bastante da viagem; as experiências têm sido muito proveitosas, e tudo está correndo bem!